1
… são vagas que brotam dos olhos,
ondas que resfolegam nas praias,
maresias que se espalham pelos ares
são sons, são seres nos mares
… esbracejam ofegantes
na imensidão dos sentires,
soçobram exaustos, como antes,
vencidos nas dores dos porvires,
cáusticos, medonhos,
tenebrosos… são sonhos,
pesadelos que assombram
teus choros
transbordantes que lavam teus olhos,
são emoções agitadas nos escuros,
são corpos esbeltos e… puros!!!...
2
uma emoção transbordante
na liberdade bêbeda
- um pássaro
solto
nas palavras
com vertigem viva - voo.!.
a imaginação sem margens
a amar o Universo
a desenhar
o limite da viajem
o horizonte
ao percorrer um verso vivo
ave n_as as_as as_saltando
a realidade numa
agitação
semelhante ao leite
alimentando
vida duma criança sôfrega!
3
por isso ainda não falo, este silêncio
que faz as costas, não querer arrancar
as vinhas do silêncio, desejo de abraçar
as uvas em letras brancas de um choro
a linguagem do vinho, um pouco depois
lavo os olhos nele
4
Não arrefece esta mistura de dores
em estado de fusão
Há maneiras de sentir
que nunca cristalizam
E o choro não lava a dor. Apenas os olhos.
5
brota da noite como água de nascente
virada choro em que se lavam os olhos
como o orvalho que escorre na folha
nunca guardadora de emoções
transborda do copo, sem corpo
um cortejo líquido que tudo revela
6
… gotícula que tenta cair pelo canto do olho,
sensação de tristeza imensa que assola,
humidificação dum órgão que é janela,
persiana aberta que cerra,
parpadeante,
teimando em apreciar o que avalia,
recorda,
acorda gigante que se eleva,
inquebrantável,
gélido cume que acumula alvuras,
insustentável,
avalancha que se inicia com estrondo,
estampido,
jorro continuado que se avoluma,
rola pela encosta aos borbotões,
lava males de alma, corpo que sente,
cúmulo dum sofrimento que acolhe,
sem controle,
espasmos que contraem rosto,
copiosos,
êxtases que nos confundem,
contornam,
envolvência que nos conduz,
chorosos,
euforias inebriantes,
lágrimas se soltam,
lavando sujidades já vistas,
depreciando, aliviando,
transbordando,
ridentes,
são torrentes cristalinas,
pura concretização de alegria incontida,
pedacinhos de vidas,
vale da amargura que se forma,
éden encantado que dispomos,
somos como fomos,
tristezas, alegrias, sonhos,
águas mansas que se juntam,
alegrias sucessivas,
depressões,
calmaria que se estende,
acumula,
coração que chora, pula,
janelas em que assomam lágrimas
gélidas de sofrer,
tépidas de prazer,
emoções!!!...
7
magoa-me sim! magoa-me.
ver
soltarem-se dos teus olhos
pérolas salgadas.
tão nítidas
tão silenciosas
na ausência do amor
na presença da dor
( acto, gesto, palavra, perda )
e um oceano de pérolas
transborda de dentro de ti.
quem és? quem sou ? : - não importa !
o importante é:
saberes eu estar entre ti e ti
unidos pela energia Superior do Universo
nesta viagem de empréstimo
em progresso retrocesso
retrocesso progresso
e que...
lavo os teus olhos nos meus.
8
Secaram os olhos como as fontes
as fontes secas não saciam sedes de gentes
e as lágrimas ausentes não lavam dores e cansaço
Somente as emoções transbordantes do choro
onde lavo os olhos como em fontes de águas
permitem que a ternura disfarçada do abraço
apague incêndios apertados na garganta
ainda que ateados com cebolas e cloro.
9
Claros são esses olhos
Brilhando nos meus
Incendeiam emoções
Neste peito ofegante
Surdo choro remanesce
Na túmida comoção
De terno instante
Brama do que cresce
Diáfano mito e visão
Transbordante onde só
Lavor pode rimar com o amor
Expensas da percepção
Claro por esses olhos
Corre um fio de prata
Aurificado como flor
Na manhã clara de nevoeiro
Quando do leito partes
E ficas no doce cheiro
Onde só lavo os olhos
10
quero um simples cotidiano,
nada de acordes inimaginados.
por favor, não me deixes sem ti
num arranjo jazzístico que arrepia
e causa desejo de improvisar,
numa aventura de corpos e almas
que se experimentam e se buscam.
que silenciem todas as emoções
quando partires, e seja o choro
um meio de umedecer a alma.
11
Abandona os olhos ao orvalho e o corpo à planície
Descobre o sol e não lhe escondas o corpo, despido
o dia move-se pétala sobre a noite ainda viva, toca-a
no banho do transbordo do rol frio e morno e
doa o choro à margem da vida
12
O Sentimento
lenta e suavemente
transborda dos olhos
fertilizando a superfície branca
por onde brota
choro e desabafo.
13
Caem pedras sobre o rosto.
Nacos a desfazer-se
Sem mais dor que acrescente.
Gatos assanhados
Rasgam as unhas.
Mudos
Na escura privacidade
das palmas das mãos.
O mundo rebenta por dentro.
O desejo do todo
Enche-se das ânsias do vazio.
Apenas vagas.
Surdas de silêncio
Transbordam
Em nadas
Onde ninguém as entende.
Só as estrelas se emocionam.
Nascem expontâneas.
Em pratas e águas
Caravelas de céu que vejo
Na dança do mar
Onde os olhos lavo de vermelho.
14
as pedras dormem, encantadas
pelo corpo imaginário
de voz ausente, vê vagas alheias.
o que não se fala não se escuta,
talvez a linguagem tenha exagerado
no silêncio, envolta num cuidado
demasiado, sem sons.
o choro vermelho sobe ao céu,
ferido de granizo.
as lágrimas evaporam
e das nuvens retornam,
chuva cristalina.
as estrelas se emocionam,
contemplam de longe, sorriem
fora do ciclo.
15
aguaceiro inunda,
esgrima na esquina da alma.
no tempo certo,
transborda no ralo dos olhos.
água demais ou de menos mata.
na dose certa hidrata.
16
Nos meus olhos
sempre fechados
dizias:
"consigo ver para além
do mar que separa a ilha
do continente."
E eu silenciei-me...
… são vagas que brotam dos olhos,
ondas que resfolegam nas praias,
maresias que se espalham pelos ares
são sons, são seres nos mares
… esbracejam ofegantes
na imensidão dos sentires,
soçobram exaustos, como antes,
vencidos nas dores dos porvires,
cáusticos, medonhos,
tenebrosos… são sonhos,
pesadelos que assombram
teus choros
transbordantes que lavam teus olhos,
são emoções agitadas nos escuros,
são corpos esbeltos e… puros!!!...
2
uma emoção transbordante
na liberdade bêbeda
- um pássaro
solto
nas palavras
com vertigem viva - voo.!.
a imaginação sem margens
a amar o Universo
a desenhar
o limite da viajem
o horizonte
ao percorrer um verso vivo
ave n_as as_as as_saltando
a realidade numa
agitação
semelhante ao leite
alimentando
vida duma criança sôfrega!
3
por isso ainda não falo, este silêncio
que faz as costas, não querer arrancar
as vinhas do silêncio, desejo de abraçar
as uvas em letras brancas de um choro
a linguagem do vinho, um pouco depois
lavo os olhos nele
4
Não arrefece esta mistura de dores
em estado de fusão
Há maneiras de sentir
que nunca cristalizam
E o choro não lava a dor. Apenas os olhos.
5
brota da noite como água de nascente
virada choro em que se lavam os olhos
como o orvalho que escorre na folha
nunca guardadora de emoções
transborda do copo, sem corpo
um cortejo líquido que tudo revela
6
… gotícula que tenta cair pelo canto do olho,
sensação de tristeza imensa que assola,
humidificação dum órgão que é janela,
persiana aberta que cerra,
parpadeante,
teimando em apreciar o que avalia,
recorda,
acorda gigante que se eleva,
inquebrantável,
gélido cume que acumula alvuras,
insustentável,
avalancha que se inicia com estrondo,
estampido,
jorro continuado que se avoluma,
rola pela encosta aos borbotões,
lava males de alma, corpo que sente,
cúmulo dum sofrimento que acolhe,
sem controle,
espasmos que contraem rosto,
copiosos,
êxtases que nos confundem,
contornam,
envolvência que nos conduz,
chorosos,
euforias inebriantes,
lágrimas se soltam,
lavando sujidades já vistas,
depreciando, aliviando,
transbordando,
ridentes,
são torrentes cristalinas,
pura concretização de alegria incontida,
pedacinhos de vidas,
vale da amargura que se forma,
éden encantado que dispomos,
somos como fomos,
tristezas, alegrias, sonhos,
águas mansas que se juntam,
alegrias sucessivas,
depressões,
calmaria que se estende,
acumula,
coração que chora, pula,
janelas em que assomam lágrimas
gélidas de sofrer,
tépidas de prazer,
emoções!!!...
7
magoa-me sim! magoa-me.
ver
soltarem-se dos teus olhos
pérolas salgadas.
tão nítidas
tão silenciosas
na ausência do amor
na presença da dor
( acto, gesto, palavra, perda )
e um oceano de pérolas
transborda de dentro de ti.
quem és? quem sou ? : - não importa !
o importante é:
saberes eu estar entre ti e ti
unidos pela energia Superior do Universo
nesta viagem de empréstimo
em progresso retrocesso
retrocesso progresso
e que...
lavo os teus olhos nos meus.
8
Secaram os olhos como as fontes
as fontes secas não saciam sedes de gentes
e as lágrimas ausentes não lavam dores e cansaço
Somente as emoções transbordantes do choro
onde lavo os olhos como em fontes de águas
permitem que a ternura disfarçada do abraço
apague incêndios apertados na garganta
ainda que ateados com cebolas e cloro.
9
Claros são esses olhos
Brilhando nos meus
Incendeiam emoções
Neste peito ofegante
Surdo choro remanesce
Na túmida comoção
De terno instante
Brama do que cresce
Diáfano mito e visão
Transbordante onde só
Lavor pode rimar com o amor
Expensas da percepção
Claro por esses olhos
Corre um fio de prata
Aurificado como flor
Na manhã clara de nevoeiro
Quando do leito partes
E ficas no doce cheiro
Onde só lavo os olhos
10
quero um simples cotidiano,
nada de acordes inimaginados.
por favor, não me deixes sem ti
num arranjo jazzístico que arrepia
e causa desejo de improvisar,
numa aventura de corpos e almas
que se experimentam e se buscam.
que silenciem todas as emoções
quando partires, e seja o choro
um meio de umedecer a alma.
11
Abandona os olhos ao orvalho e o corpo à planície
Descobre o sol e não lhe escondas o corpo, despido
o dia move-se pétala sobre a noite ainda viva, toca-a
no banho do transbordo do rol frio e morno e
doa o choro à margem da vida
12
O Sentimento
lenta e suavemente
transborda dos olhos
fertilizando a superfície branca
por onde brota
choro e desabafo.
13
Caem pedras sobre o rosto.
Nacos a desfazer-se
Sem mais dor que acrescente.
Gatos assanhados
Rasgam as unhas.
Mudos
Na escura privacidade
das palmas das mãos.
O mundo rebenta por dentro.
O desejo do todo
Enche-se das ânsias do vazio.
Apenas vagas.
Surdas de silêncio
Transbordam
Em nadas
Onde ninguém as entende.
Só as estrelas se emocionam.
Nascem expontâneas.
Em pratas e águas
Caravelas de céu que vejo
Na dança do mar
Onde os olhos lavo de vermelho.
14
as pedras dormem, encantadas
pelo corpo imaginário
de voz ausente, vê vagas alheias.
o que não se fala não se escuta,
talvez a linguagem tenha exagerado
no silêncio, envolta num cuidado
demasiado, sem sons.
o choro vermelho sobe ao céu,
ferido de granizo.
as lágrimas evaporam
e das nuvens retornam,
chuva cristalina.
as estrelas se emocionam,
contemplam de longe, sorriem
fora do ciclo.
15
aguaceiro inunda,
esgrima na esquina da alma.
no tempo certo,
transborda no ralo dos olhos.
água demais ou de menos mata.
na dose certa hidrata.
16
Nos meus olhos
sempre fechados
dizias:
"consigo ver para além
do mar que separa a ilha
do continente."
E eu silenciei-me...
Indíce de Autores:
01- Manuel Xarepe
02 - Francisco Coimbra
03 - José Gil
04 - Maria João
05 - Sónia Regina
06 -Manuel Xarepe
07 - Teresa Gonçalves
08 - Bernardete Costa
09 - Luís Monteiro da Cunha
10 - Sónia Regina
11 - Ana Maria Costa
12 - Denilson Neves
13 - Carlos Luanda
14 - Sónia Regina
15 - Rogério Santos
16 - Filipa Rodrigues
5 comentários:
Parabéns Filipa pelo excelente trabalho.
Olá! Vou linkar este Blog lindo em nosso blog da Oficina Literária. Saludos & Parabéns. Maria José Limeira.
quando estive aqui não deixei os parabéns ao moderador do "Desafio" da semana.
Deixo hoje! Parabéns Luis pelo sucesso desta actividade da nossa lista que cada vez mais se esmera pela qualidade poética.
Obrigado Maria pelo Link na tua linda lista e jinhos a todos
Os meus parabéns às duas amigas,
pela criação deste blog, complemento e montra do que se escreve e debate, realçando, a lista de discussão "Amante das Leituras".
Obrigada a todos por me fazerem crescer, todos os sentidos, humanos e profanos.
jinhos
lmc
Obrigado por Blog intiresny
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