eu moro numa rua estreita e íngreme. à noite tão só alumiada pelos lampiões. eu deito-me no chão a escrever. à luz do lampião defronte da minha sala. há uma parede de pedra que tem uma pedra negra. sobrou de um incêndio que houve há mais de cem anos. a noite cai dos telhados de silêncio. a casa está aqui perto. quando estas palavras forem ditas no interior dos teus olhos. estarei lá. quando leres e deres voz ao que escrevo. o lampião de ouro embaciado há-de iluminar o reflexo destas palavras no teu olhar. é isso que importa. e se estenderes a mão. devagar. ao longo do texto. conseguirás tocar-me. conseguirás tocar a pedra. e uma pedra queimada. uma vez tocada. é uma mulher amada para sempre.
Alice Campos
5 comentários:
agradeço a citação. este texto tem um significado muito especial para mim. é uma honra tê-lo publicado na nossa antologia. despeço-me até dia 2 de junho. um grande beijinho.
Excelente texto
Pois sou uma grande admiradora da Alice
Um abraço
Como leitor da Alice, fico deveras contente com esta punlicação. Infelizmente não poderei estar presente.
Cumpts
Gui
coisasdagaveta.blogs.sapo.pt
Corrigo "publicação".
Gui
este texto é um dos mais belos que a Alice escreveu, disse bem um, tem tantos e tantos de uma grande riqueza que seria impossível dizer qual gosto mais, goste de a ler, é o mais importante para mim
como a doce menina disse este texto tem um significado especial para ela, para mim é também um orgulho o teres publicado
e porque os sentimentos se repetem quando te leio, deixo de novo o que disse quando o li pela primeira vez:
doce Alice, bela menina Poeta
ler-te como sempre deixa-me presa ao encanto
moro aqui, neste lugar (nas tuas traduções). onde o sentir me toca com as palavras. nos olhos escondo a noite. distante de mim o silêncio é sombra. crio um sonho de desejos inconfessáveis. junto-me ansiosa aos sons da saudade!
abraço-te com muita ternura
beijinhos para ti
lena
continuo a abraçar-te como sempre doce e bela menina
um terno beijo
lena
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