Quem já pisou a linha do horizonte?
Quem pensa,
iludido na cegueira do sol pôr,
alguma vez ter amado?
O amor é inatingível,
uma quimera escorrendo entre os dedos em areias e ilusão.
Sempre que alguém pense te-lo encontrado,
mesmo se pousado na palma da mão,
não o consuma.
Ele desfaz-se
no pó do nada
de que é feito a nau do desejo à chegada.
Afinal,
apenas a viagem importa
e o amor fica já ali
onde o sol em chamas,
numa linha eterna
dum verso por terminar,
nos chama.
Carlos Luanda
Análise Crítica
Este texto "Ilusão", de Carlos Luanda, é um verdadeiro achado na
internet, oásis onde a gente pousa para matar a sede, num tempo de
aridez e terra calcinada... Aparentemente lugar-comum, porque trata
de "amor" (e este tema já foi explorado a mais não poder por vários
autores - velhos & novos - o texto empresta um novo enfoque ao
assunto....
E vamos encurtar a história:
Trata-se do fugaz, do que antes de ser já era, do que pensa que é
presente e já passou, da "ilusão" de quem sonha alguma coisa, e é
outra completamente diferente porque já se consumiu (se consumou?)
em chamas e agora é cinza.
Vive-se porque se vive.
Ama-se porque se ama.
É um texto Poesia, do primeiro ao quinto, e estamos conversados.
"Bem haja!", como dizem os portugueses.
"Carago!", como bem diz Ana Maria Costa.
"Saludos!", digo eu, ao autor de tão belo poema.
(Maria José Limeira é escritora e doce jornalista democrática de
João Pessoa-PB)
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
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4 comentários:
Bravo! Como só o meu querido parceiro das entrevistas o sabe fazer!
Mesmo sendo ilusão acho que essa viagem já vale a pena!
Um abraço amigo.
Vera Carvalho
o poema do Carlos e a crítica da doce jornalista Maria Limeira abrem uma janela na blogsfera para a beleza desta arte.
Há uma linha condutora que a todos une. As nossas janelas, abertas de vez em quando para porções do nosso mais interior universo, não passam de pequenos e fugazes pontos de luz imersos no escuro do dia a dia. Acordo em vós, e a minha janela aberta sobre mim, passa a ser o céu onde vós brilhais. Intensos e belos iluminando o meu cantinho onde descubro o bom que é ser apenas uma porção reflectida dessa imensidão subitamente luminosa.
Somos nós as naus das vossas viagens, Sou o vosso corpo quando rio e choro com o que escreveis, e sei que dou de mim o que sinto quando leio coisas a respeito do que escrevi também como é o caso patente da doce Maria Limeira e outro(a)s. Estamos ligados por este cordão, não umbilical, mas feito de estrelas em hélice, o nosso ADN reflexo microcósmico dessa via com que fomos amamentados e que se chama láctea. De que serve um poema se não for viagem rumo ao infinito?...
Olááá!!! Mas que bela surpresa vocês me fazem, divulgando minha humilde análise crítica a um poema tão lindo! Um abraço & Obrigada pela valorização do nosso trabalho (do meu e do Poeta lindo). Saludos. Maria José Limeira.
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